Nascida
em plena Alfama, Carolina sente o impulso de cantar, incentivada pelas colegas
e amigas. Depois de abandonar os estudos comerciais, na Escola Patrício
Prazeres, Lina Maria Alves estreia-se na "Urca" na Feira Popular de
Lisboa, propriedade de Zé Miguel.Foi o primeiro passo num percurso que a levou
a outros espaços de Fado: "Meia-Noite", "Nova Sintra", a
convite de Tristão da Silva cantou no "Patrício" e por fim integra o
elenco da "Parreirinha de Alfama", local emblemático, de onde guarda
as melhores recordações: "...não é por eu lá estar mas é realmente uma
casa muito boa...". Esporadicamente Lina Maria era convidada a actuar no
"Forcado", na "Taverna D´El Rei", na "Taverna do
Embuçado" e "Nau Catrineta". A fadista recorda-nos o ambiente
vivido nestes espaços e os nomes com que se cruzou: Berta Cardoso, Celeste
Rodrigues, Beatriz da Conceição, Mariana Silva, e Tristão da Silva, são algumas
das referências.
O seu
vasto repertório está editado na forma de 8 discos de 45 rpm, 2 LP´s, 2
cassetes e um CD. Linhares Barbosa, Frederico de Brito, António José e Alberto
Rodrigues são alguns dos principais poetas das letras que Lina Maria
interpreta. Do seu repertório destacamos os temas: "Já te esqueci",
"Cigano", "Se não me queres", entre outros sucessos.
Manteve-se
sempre na sua cidade natal, onde diz estarem as melhores casas e melhores
vozes: "O Fado para mim é uma coisa muito bonita, sinto-o quando alguém
está a cantar (...) Argentina, Fernanda Maria, Maria da Fé, Tina, pessoas que
cantam bem e saí de lá de dentro mesmo”, confessa-nos.
A sua
voz "despede-se" para sempre, no dia 05 de Novembro de 2007, deixado
mais pobre a esfera fadista, nomeadamente o elenco da "Parreirinha de
Alfama".
Fonte: MUSEU
DO FADO
Museu
do Fado - Entrevista realizada em 11 de Setembro de 2006.
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