fevereiro 08, 2023

BIOGRAFIAS


Alma Rosa, de seu nome Alzira Maria Moreira dos Santos, nasceu no Porto a 9 de Julho de 1958 e faleceu a 5 de Janeiro de 1997. Foi uma das grandes vozes do Fado da cidade. Partiu prematuramente deixando grandes saudades no meio fadista, e não só. Pode-se dizer que passou ao lado de uma grande carreira. Mulher de uma beleza singular, tinha aliada á sua magnifica voz, um estilo muito castiço que nos arrepiava ao ouvi-la. Foi uma referência no meio do fado da cidade do Porto. Filha da grande fadista América Rosa e tal como a mãe, nunca abandonou a sua cidade onde era rainha e para muitos, mais “Alma” que Rosa, porque sabia pôr a alma em tudo que cantava. Ficaram diversas gravações suas que ainda hoje, nos fazem arrepiar com temas como: “Minha mãe, eu canto a noite” de Vasco de Lima Couto na música do Fado Menor que ela tão bem sabia cantar. Muitos êxitos seus ficaram na história do fado, com enúmeras letras de João Correia, assim como o célebre “Natal de uma criança” de autoria do poeta Carlos Bessa. Numa homenagem à fadista, o poeta Torre da Guia escreveu para o Blog “Fados do Fado” de José Fernandes Castro, estas quadras:

Sei muito bem como foi / Sei muito bem como era

E se a saudade me dói / Penso que foi a Severa

 

Nela recordo, saudoso / Entre faustos e ralé

Os Condes de Vimioso / E os Chicos do Cachené

 

Era ALMA era ROSA / Era fado mais além

Desfolhou-se desditosa / Porque era mulher também

 

Entre os votos da alegria / E da tristeza, enfim

Ela foi o que eu seria / Porque o fado é mesmo assim

 

O fadista, actor e autor Sérgio Marques, num tributo à fadista, escrevu para o mesmo Blog o seguinte:

 

Tinhas no nome uma Rosa / De todas a mais fermosa
Das flores no jardim do fado
Eras amor e ciúme / Espalhavas no ar perfume
Foste paixão e pecado

Tua canção de doçura / Tinha licores d'amargura
Esconsos na tua voz
Eras Alma, inda menina / Cavalo à solta, heroína
Cantando p'ra todos nós

Ficou por cumprir o sonho / Dum futuro bem risonho
Que a tua luz prometia
Alma Rosa, graciosa / Eras Alma em cor de Rosa
Hoje já és nostalgia

De ti ficou-nos o canto / A tua voz, o teu pranto
Tão doce e tão magoado
Lamento, dor e ternura / Foste mel e desventura

Serás sempre Alma de Fado

Ainda noutra homenagem à fadista, Manuel Barbosa canta na música do Fado “ Menor do Porto” os versos de Manuel Carvalho:

A alma que a Alma tinha / Na sua voz donairosa

Era a raça que lhe vinha / De ser mais Alma que Rosa

 

Cantou o fado dos fados / O ”Menor” como ninguém

Cantou de olhos fechados / No ventre de sua mãe

 

Depois a vida enganou-a / Ao dar-lhe destino errado

Deu-lhe a glória e a coroa / E destino desgraçado       

 

E como o luar de d’Agosto / Qu’encerra tanta beleza

Se o fado tivesse um rosto / Era o dela com certeza

 

 

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