Alma
Rosa, de seu nome Alzira Maria Moreira dos Santos, nasceu no Porto a 9 de Julho
de 1958 e faleceu a 5 de Janeiro de 1997. Foi uma das grandes vozes do Fado da
cidade. Partiu prematuramente deixando grandes saudades no meio fadista, e não
só. Pode-se dizer que passou ao lado de uma grande carreira. Mulher de uma
beleza singular, tinha aliada á sua magnifica voz, um estilo muito castiço que
nos arrepiava ao ouvi-la. Foi uma referência no meio do fado da cidade do
Porto. Filha da grande fadista América Rosa e tal como a mãe, nunca abandonou a
sua cidade onde era rainha e para muitos, mais “Alma” que Rosa, porque sabia
pôr a alma em tudo que cantava. Ficaram diversas gravações suas que ainda hoje,
nos fazem arrepiar com temas como: “Minha mãe, eu canto a noite” de Vasco de
Lima Couto na música do Fado Menor que ela tão bem sabia cantar. Muitos êxitos
seus ficaram na história do fado, com enúmeras letras de João Correia, assim
como o célebre “Natal de uma criança” de autoria do poeta Carlos Bessa. Numa
homenagem à fadista, o poeta Torre da Guia escreveu para o Blog “Fados do Fado”
de José Fernandes Castro, estas quadras:
Sei
muito bem como foi / Sei muito bem como era
E se a
saudade me dói / Penso que foi a Severa
Nela
recordo, saudoso / Entre faustos e ralé
Os
Condes de Vimioso / E os Chicos do Cachené
Era ALMA era ROSA
/ Era fado mais além
Desfolhou-se
desditosa / Porque era mulher também
Entre
os votos da alegria / E da tristeza, enfim
Ela
foi o que eu seria / Porque o fado é mesmo assim
O
fadista, actor e autor Sérgio Marques, num tributo à fadista, escrevu para o
mesmo Blog o seguinte:
Tinhas
no nome uma Rosa / De todas a mais fermosa
Das flores no jardim do fado
Eras amor e ciúme / Espalhavas no ar perfume
Foste paixão e pecado
Tua canção de doçura / Tinha licores d'amargura
Esconsos na tua voz
Eras Alma, inda menina / Cavalo à solta, heroína
Cantando p'ra todos nós
Ficou por cumprir o sonho / Dum futuro bem risonho
Que a tua luz prometia
Alma Rosa, graciosa / Eras Alma em cor de Rosa
Hoje já és nostalgia
De ti ficou-nos o canto / A tua voz, o teu pranto
Tão doce e tão magoado
Lamento, dor e ternura / Foste mel e desventura
Serás
sempre Alma de Fado
Ainda
noutra homenagem à fadista, Manuel Barbosa canta na música do Fado “ Menor do
Porto” os versos de Manuel Carvalho:
A alma
que a Alma tinha / Na sua voz donairosa
Era a
raça que lhe vinha / De ser mais Alma que Rosa
Cantou
o fado dos fados / O ”Menor” como ninguém
Cantou
de olhos fechados / No ventre de sua mãe
Depois
a vida enganou-a / Ao dar-lhe destino errado
Deu-lhe
a glória e a coroa / E destino desgraçado
E como
o luar de d’Agosto / Qu’encerra tanta beleza
Se o
fado tivesse um rosto / Era o dela com certeza
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