BIOGRAFIAS

 

A Fadista América Rosa, nasceu no Porto, na freguesia da  Sé, e faleceu em Ermesinde em 2002. É mãe de uma das maiores vozes do fado da cidade, a Alma Rosa. Podemos ler, assinado por José Neves no seu CD com o título: “O Xaile de minha mãe” de 1993, o seguinte:

«América Rosa, uma doce e grande mulher; um halo de tristeza num todo dramático, helénico que casa a preceito com a dolência dos seus registos vocas, com estimulos que vindos da alma envolvendo o ar que é seu, inconfudível, dominador. América Rosa amarrou-se no seu Porto! Mas onde, em que parte, em que lonjuras do país, em que lisboas do fado, quem – gostando do Porto, da noite, duma guitarra e duma voz – não conhece América Rosa? Ela ai está com seu fados d eouvir no remanso de cada um, fado para interiorizar e deixar entrever, nas profundezas da alma, o quanto de nós se entrega e se repousa, no fascinioda voz, na tristeza de si. É FADO, É AMÉRICA ROSA»

Como grande fadista, fiel ás suas origens, o Porto pode gabar-se de ter esta lembrança saudosa da grande América Rosa. Com êxitos inesquecíveis na sua voz como: “Xaile de minha mãe”, “Persiguição”, “Em minhas mãos”, ”Pode ser mentira”, “Minha raiva”, “Ó Minha mãe”, “ Deixem-me cantar”, ou ainda “Dois fados dentro de um fado”, “Quero o teu tudo” e “Lembro-me de ti ó mãe”, três desgarradas com a sua filha. Sem esquecer um dos seus maiores êxitos, com palavras de Ana Madalena e a linda música de Nel Garcia, que ela tão bem soube interpretar: “ Longa Caminhada” e diz assim:

 

Cheguei ao meio da vida / Desta longa caminhada;
Estou cansada, não vencida
Se respiro, tenho vida / Não posso ficar calada

Trago um recado, um poema / Para se ouvir entre nós
Do fundo do coração
É dado por minha mão / Cantado por minha voz

Peço mais amor e paz / Para bem da humanidade
Mais carinho, mais calor
Mais ternura, mais amor / Mais luta pela verdade

Cheguei ao meio da vida / Desta longa caminhada
Estou cansada, não vencida
Se respiro, tenho vida / Não quero ficar calada