Aqui quero: Divulgar aqueles que deram a voz ás minhas palavras. Compartilhar com todos,o pouco que sei sobre o Fado. Divulgar e demonstrar que no Porto, também há Fado.
julho 30, 2023
julho 26, 2023
BIOGRAFIAS
De seu
nome completo Manuel Gabino Ferreira da Silva, desde cedo que o universo do
Fado acompanhou Gabino. Começou novo a ouvir o Fado na rádio e incentivado pelo
pai inicia-se a cantá-lo em festas de beneficência, nos arredores da cidade do
Porto, em 1936 como amador. Mais tarde, e graças ao seu jeito fadista, passa a
frequentar o "Café Portugal" e o "Café Academia", auferindo
o seu primeiro cachet. Neste período tornou-se conhecido no meio como o
"Miúdo do Bonfim". Em 1938 actuou no "Café Portugal", da
Rua de Trás, a "Catedral do Fado" portuense e, sucessivamente, no
"Café Mundial" na Rua da Madeira e no "Café Academia" da
Avenida dos Aliados. Em 1942 vem para Lisboa onde completa os 20 anos de idade
e logo nessa mesma noite actua na "Esplanada Luso", do ex
"Retiro da Severa" onde interpreta "Cabelo Branco",
acompanhado por Jaime Santos e Miguel Ramos. (cf. Radamanto, in "Guitarra
de Portugal", 15 Junho de 1945). Não regressou ao Porto, como estava
previsto, o empresário Lopes Ferreira ("Café Luso") pediu-lhe para
ficar e apresentar-se no seu elenco de fadistas.Em 1945, e após ter cumprido o
serviço militar, actuava no "Retiro dos Marialvas" acompanhado por
José Nunes (guitarra) e Miguel Ramos (viola). Retorna ao "Luso" de
onde volta a sair para ingressar na casa típica "Adega Machado".
O seu
repertório é composto por grandes nomes do Porto como sejam Manuel Mendes,
Alberto Ferrador e José Maria da Silva, havendo também referências e numa linha
mais tardia a poetas como Linhares Barbosa, Francisco Radamanto,
"Britinho", e Carlos Conde.Inaugura o restaurante típico "A
Severa" como gerente artístico actividade que concilia com a actividade
profissional na Companhia dos Telefones onde trabalhou durante 37 anos. Mais
tarde retira-se da vida artística ainda que precocemente.Durante a sua
permanência em Lisboa, nunca esqueceu as suas raízes e regressou, sempre que
possível, à terra natal para espectáculos noutras casas, teatros e esplanadas.
Gabino
Ferreira actuou em directo na Emissora Nacional, na Rádio Peninsular e na Rádio
Graça e foi agraciado pela Emissora Nacional com uma Menção Honrosa.Do seu
vasto repertório destacamos alguns êxitos: "Lenda da Amendoeira", e
"O Fado está doente" de Carlos Conde, o eterno "Cabelo
Branco" de Manuel J. Nogueira, para além de outros poemas de conterrâneos
seus.Em 1979 foi convidado a gravar para a etiqueta "Riso e Ritmo" um
LP intitulado "Fado da Velha Guarda" juntamente com Júlio Vieitas,
Manuel Calixto, José Coelho, Frutuoso França. Este é um dos 3 registos
discográficos da carreira de Gabino Ferreira.
Figura
incontornável da história do fado, Gabino Ferreira faleceu em Novembro de 2011.
Fonte:
MUSEU DO FADO
"Canção
do Sul", 16 Julho 1943
"Canção
do Sul", 01 Março 1944
"Canção
do Sul", 01 Outubro 1944
"Guitarras
de Portugal", 15 Junho 1945
"Guitarras
de Portugal", 01 de Setembro 1945
"Guitarras
de Portugal", 15 Novembro 1945
"Canção
do Sul", 16 Novembro 1945
"Guitarras
de Portugal", 25 Dezembro 1945
Baptista-Bastos
(1999), "Fado Falado", Col. "Um Século de Fado", Lisboa,
Ediclube;
Museu
do Fado - Entrevista realizada em 27 Setembro de 2006.
julho 23, 2023
julho 19, 2023
BIOGRAFIAS
Francisco
Martinho, nasceu a 12 de Janeiro de 1939 em Nisa e faleceu em Lisboa em 9 de
Novembro de 1992. Era dono de uma voz fabulosa que além de melodiosa, tinha nos
seus “pianinhos” um estilo muito próprio de interpretar o fado. Gravou
juntamente com Fernando Maurício, de quem era muito amigo, inúmeros fados em
dueto. São conhecidos muitos fados seus, que ainda hoje nos deliciam com seu
timbre, dicção e forma de os cantar. Deixou-nos muito cedo e é pena que pouco
ou nada se saiba da sua biografia.
Carlos
Conde, deixou-lhe este tributo:
É dos
novos cantadores / A grande revelação
E dos
mais firmes valores / Da moderna geração
De voz
suave e dolente / Que estilza na garganta
Sabe
cantar o que sente / E faz sentir o que canta
Francisco
Martinho, ao fim / Honra o fado por divisa
É de
fadistas assim / Que o nosso fado precisa