Aqui quero: Divulgar aqueles que deram a voz ás minhas palavras. Compartilhar com todos,o pouco que sei sobre o Fado. Divulgar e demonstrar que no Porto, também há Fado.
novembro 30, 2010
GENTE DO FADO
22 ANOS DE FADO 1988/2010
2008 / NELSON DUARTE
Fado Acácio / Acácio Gomes
MEU ENLEVO, MINHA MÃE
Ó minha mãe, minha mãe
Meu enlevo e doce bem
Minha vida meu destino
Em teu colo ainda moro
E me deito quando choro
E assim desde menino
Nas horas boas e más
Que a vida sempre nos traz
Não me falta teu carinho
Vens sempre com teu calor
E o teu divino amor
Apontando o meu caminho
És meu Sol minha luz
Sou teu filho tua cruz
E o teu fado também
E pelas dores que tiveste
Pelo amor que me deste
Obrigada minha mãe
.
2008 / NELSON DUARTE
Fado Louco / Alfredo Marceneiro
DILEMA
Ando a tentar esquecer-te
Mas já vi que não consigo
Pois o medo de perder-te
Ainda vive comigo
.
Eu não quero mais lembrar
Os teus olhos o teu rosto
Mas volto sempre a sonhar
Com as coisas que mais gosto
.
Nunca sais da minha mente
P´ra viver de ti preciso
Não posso por mais que tente
Esquecer o teu sorriso
.
Tento a boca amordaçar
P’ra não falar no teu nome
Mas não consigo calar
A mágoa que me consome
.
Só Deus sabe este castigo
Que na vida ando a viver
Esquecer-te não consigo
Por mais que tente esquecer
.
2008 / PATRÍCIA FERNANDES
Fado Proença / Júlio Proença
DESEJOS SOFUCADOS
Só o destino é culpado
De pôr os dois neste fado
De mãos dadas a sofrer
Por um amor que é segredo
Que só não vinga por medo
Morrendo assim ao nascer
Sufocamos os desejos
Numa promessa de beijos
Que não chegamos a dar
P’ra ninguém ser magoado
Foi cada um p’ra seu lado
Fiquei sozinha a chorar
Dizer adeus faz doer
E as palavras por dizer
Foram teu rosto molhado
Era tão grande a ternura
Mas só ficou amargura
Neste poema sem fado
MINHAS PALAVRAS SENTIDAS
LAPSO DE TEMPO
.
Fecho os olhos…
E vejo-te chegar, linda como sempre
Vestido curto de seda, andar atraente
Dás-me um beijo, lábios frescos
Tua boca sabe a frutos secos
Ameixa, pinhão e avelã
A língua com sabor a chá
Aperto-te num abraço
Entre nós não há espaço
Na palma da mão sinto teu seio
Apenas o tecido fino de permeio
Nas tuas coxas de pele de lírio
Dançam meus dedos em delírio
Tuas mãos em meu rosto, que ternura
Meu corpo em teu corpo, que loucura
Abro os olhos…
.
Continuo só
Foi um lapso de tempo.
novembro 15, 2010
GENTE DO FADO
22 ANOS DE FADO 1988/2010
2006 / JULIETA RIBEIRO
Fado Cuf /Alfredo Marceneiro
ENCONTREI-ME EM TI
.
Perdida andei na vida sem ter norte
Por mim até ao vento perguntei
Maldisse a triste sina a minha sorte
Abraçada ao meu fado eu só chorei
.
Fui noite mas não vi a madrugada
Encontrei-me segura em tua mão
Seguimos só os dois naquela estrada
Na desventura amor és meu irmão
.
E juntos nesta sina neste fado
Por muito meu amor que nos queremos
Vamos viver a vida lado a lado
E nunca um do outro nos perdermos
.
Amamo-nos com raiva com loucura
O destino ao juntar-nos quis assim
Já não ando mais à minha procura
Agora olho em teus olhos e sei de mim
2007 / JOAQUIM DUARTE
Fado José António / António Sabrosa
O MEU CHORAR
.
Com os teus dedos limpaste
Uma lágrima em meu rosto
E lembro que até choraste
Emanada em meu desgosto
.
É feio se um homem chora
Dizem para aí sem razão
Eu penso que só não chora
Quem não tiver coração
.
No sentir e na garganta
Há um modo de cantar
Há muita gente que canta
Com vontade de chorar
.
Sei que choro mas não sei
Se foi dor o que senti
Tantos desgostos te dei
E ainda choro por ti
MINHAS PALAVRAS SENTIDAS
A DOR
.
Sinto as veias latejarem de saudade,
na ansiedade de te ver
.
Quando esse dia chegar
vou correr sem parar
na ânsia dos teus braços
Não quero perder mais passos
e vou dizer ás pessoas:
— Com licença que vou com pressa,
quero dar ao meu amor
um beijo por cada lágrima
que ela chorou de dor.
— Desculpem, quero passar,
quero dizer-lhe obrigado
por ela me ter esperado.
.
E quando ao pé de ti chegar
não tardes, rasga o vestido
e dá-me os seios para beijar.
.
Para esta dor, meu amor…
Por fim, acabar.