outubro 29, 2010

UM FADO PARA OUVIR E VER

GENTE DO FADO

7 - Joaquim Duarte, fadista do Porto
7 - Gonçalo Salgueiro, fadista
10 - Sandra Cristina, fadista de Leça da Palmeira
11 - Pedro Moutinho, fadista
13 - Anita Guerreiro, fadista e actriz
13 - Gabino Ferreira, fadista do Porto
15 - Arménio de Melo, Guitarrista do norte

8 - Álvaro Martins, Guitarrista portuense

22 ANOS DE FADO 1988/2010

2008 / ALBERTO ALVES

Fado C. da Maia / Carlos da Maia

ESTAS MINHAS SAUDADES

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Eu trago as unhas cravadas

Nestas minhas mãos geladas

Pela dor que sinto ainda

E meu peito amargurado

Por madrugadas cansado

Desta vida que não finda

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A saudade permanente

Que me mói constantemente

Desde o dia em que partiste

Só o fado é lenimento

Que acalma meu tormento

Por esta estrada tão triste

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Caminho ao longo do tempo

Impelido pelo vento

Que te leva o meu recado

Volta amor por caridade

Basta de tanta saudade

E traz o Sol com teu fado


2006 / LAURA SANTOS

Fado Tamanquinhas / Carlos Neves

MEU ROSÁRIO DE FADO

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Depois da luz se apagar

E as velas serem acesas

O fado vai começar

Andam sombras a bailar

Paira silêncio nas mesas

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Quem se benze p’ra cantar

Com o seu xaile traçado

Traz tristeza no olhar

Traz contas p’ra desfiar

No seu rosário de fado

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Quem canta seu mal espanta

Diz o povo e com razão

No fado que nos encanta

Nem sempre sai da garganta

O que manda o coração

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Chora a guitarra dolente

Com seu suave trinado

Eu estou com minha gente

É assim neste ambiente

Que adoro cantar o fado



MINHAS PALAVRAS SENTIDAS


MEU AMOR MEU POEMA

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Quero dormir em teus braços

És colo dos meus cansaços

Poema que eu concebi

Quero aproveitar este ensejo

E confessar-te num beijo

Que gosto muito de ti

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Ninguém me conte a verdade

Dizendo que a felicidade

Não passa duma expressão

Antes viver na utopia

Num mundo de poesia

Que perder essa ilusão

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Quando a tristeza vier

Chamo-te minha mulher

Para fazeres amor comigo

Num incesto mais que louco

Vou fazendo pouco a pouco

Este poema contigo

outubro 14, 2010

UM FADO PARA OUVIR E VER

GENTE DO FADO


Dia 17 – Fadista e Apresentador do Porto, António Passos

Dia 21 – Fadista, Maria Amélia Proença

Dia 22 – Letrista nortenho, José Fernandes de Castro

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Dia 26 – Fadista Eugénia Andrade, 2009

Dia 31 – Guitarrista, José Loureiro, 1994


22 ANOS DE FADO 1988/2010

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2006 / AMÉLIA MARIA

Fado Primavera / Pedro Rodrigues

ESTE MEU AMOR SECRETO

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Este meu amor secreto

Vive tão longe e tão perto

Faz minha vida em pedaços

Mas de tão lindo e profundo

Eu sinto que tenho o mundo

Quando ele está nos meus braços

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Um dia se não o vejo

A saudade e o desejo

Vão aumentando em meu peito

Eu vivo nesta ansiedade

E esta cumplicidade

Traz minha vida sem jeito

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Estendo o braço na cama

Mas o frio não me engana

O meu leito é um deserto

E com ele quando sonho

Muitas vezes eu suponho

Que está comigo tão perto

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Seu beijo é a bebida

Que sacia a minha vida

Na sede do meu afecto

É tão doce e sublime

Que de tão puro redime

Este meu amor secreto

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2005 / AUGUSTO FERNANDES

Música própria / Francisco Seabra

CAMARADAS DE GUERRA

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Nós partimos com o vento

Numa guerra sem verdade

Se demorava mais tempo

Morríamos de saudade

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O Destino nos juntou

Num ponto para lá do mar

Foi ele quem nos roubou

Tanto tempo sem sonhar

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Nos olhos levamos medos

E o peito a transbordar

De juventude e segredos

Ainda por desvendar

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Desses dias que perdemos

Dessas noites que choramos

Ficam lembranças que temos

Amizades que ganhamos

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Somos da tal geração

Que sofreu mas foi capaz

De andar de armas na mão

Mas fazer também a paz

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2005 / AUGUSTO FERNANDES

Música própria / Francisco Seabra

SOU AQUILO QUE SOU

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Por onde querem não vou

Meu caminho escolho eu

Sei muito bem por onde vou

Sei bem aquilo que sou

E o que a vida não me deu

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Nenhum anjo me guardou

E não há quem me proteja

Só Deus sabe quem eu sou

Eu sou aquilo que sou

Não o que querem que seja

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Pode não ser o melhor

Meu caminho por aqui

Talvez de cardos e dor

Seja o caminho que for

Mas fui eu quem escolhi

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Quem na vida m’apontou

Por despeito ou por derriço

Não sabe para onde vou

Não sabe aquilo que eu sou

E nem tem nada com isso

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As decisões não me afectam

Ninguém as toma por mim

Como eu já poucos restam

E muitos que me contestam

Gostavam de ser assim

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MINHAS PALAVRAS SENTIDAS


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CESTO DE FRUTA

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Só ela lê em minh’alma e tanto assim,

que sou dela e mesmo que não fosse…

Sabe do que eu mais gosto e é p’ra mim

um cesto de fruta fresca e doce

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Seus lábios vermelhos são morangos

A boca sabe a chá de framboesa

Foi buscar seu andar a belos tangos

e as maçãs no rosto são beleza

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Seus olhos são amoras dessas negras,

calmos e brilhantes como lagos

Que na hora d’amar não têm regras,

deleitam-se em ternuras e afagos

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Corpo de canela e mãos sedentas

Sinto mel na boca se me beija

Nos seios tem cerejas suculentas,

que minha boca adora e mais deseja.