Aqui quero: Divulgar aqueles que deram a voz ás minhas palavras. Compartilhar com todos,o pouco que sei sobre o Fado. Divulgar e demonstrar que no Porto, também há Fado.
outubro 29, 2023
outubro 25, 2023
BIOGRAFIAS
Maria
José dos Santos da Guia nasceu em Angola a 16 de Outubro de 1929. Mas muito
nova veio morar para Lisboa, para o bairro de Alfama, sendo mesmo a mascote da
marcha popular desse bairro. A fadista estreou-se provavelmente em 1944,
passando a actuar em várias casas do Bairro Alto e de Alfama, no Café Luso, no
Retiro da Severa, ou na Adega Machado, casa onde permaneceu durante algum
tempo.
Participou
em várias revistas do Teatro Maria Vitória, Variedades e ABC, em espectáculos
onde popularizou vários fados, mas a sua preferência seria mesmo o circuito das
casas de fado de Lisboa. Maria José da Guia casou com Amadeu José de Freitas,
um dos mais conhecidos profissionais da comunicação social portuguesa. A
fadista que trajava de negro, sempre com o seu xaile traçado, cantou temas
sobre a cidade, o amor e o fado, os quais deixou em inúmeras edições
discográficas em formato EP e LP. Lamentavelmente são reduzidas as reedições
destes dicos em formato CD.Maria José da Guia celebrizou uma grande quantidade
de fados, cantando versos dos mais conceituados poetas, musicados por
compositores de fado igualmente consagrados. Assim, foram muito populares as
suas interpretações de “Coimbra” e “Lisboa Antiga”, de autoria de José Galhardo
e Raúl Ferrão; da “Casa Portuguesa”, poema de M. Sequeira sobre música de A.
Fonseca; “Sempre que Lisboa Canta”, de Aníbal Nazaré e C. Rocha; “Marcha do
Centenário”, com autoria de Norberto de Araújo e Raúl Ferrão; ou “Ronda
Fadista”, com letra de Domingos Gonçalves Costa e música do Fado Corrido.
No
início da década de 70 Maria José da Guia foi convidada para cantar em Luanda,
numa casa de fados de nome Muchima.Voltou para Portugal em 1975, já
adoentada.Posteriormente, voltaria a cantar, e fê-lo em diversas casas de fado,
discotecas e casinos, destacando-se a casa Mal Cozinhado, no Porto.
No
início da década de 90 a fadista retirou-se definitivamente da vida artística,
tendo falecido com 62 anos.
A
Câmara Municipal de Lisboa, com o propósito de perpetuar a memória da fadista,
atribuiu o seu nome a uma rua de Lisboa, situada no Bairro da Cruz Vermelha, na
freguesia do Lumiar.
Fonte:
MUSEU DO FADO