ANOS DE CASADO
Do CD “Fados do meu fado” de Nelson Duarte em 2002
Letra de: Manuel Carvalho. Fado Esmeraldinha de: Júlio Proença
Guitarra: Eduardo Jorge. Viola: Alexandre Santos
Aqui quero: Divulgar aqueles que deram a voz ás minhas palavras. Compartilhar com todos,o pouco que sei sobre o Fado. Divulgar e demonstrar que no Porto, também há Fado.
ANOS DE CASADO
Do CD “Fados do meu fado” de Nelson Duarte em 2002
Letra de: Manuel Carvalho. Fado Esmeraldinha de: Júlio Proença
Guitarra: Eduardo Jorge. Viola: Alexandre Santos
Maria Severa Onofriana nasceu em Lisboa, 1820 e morreu a 30 de Novembro de 1846. Foi a primeira cantadeira de fado, considerada a mítica fundadora do Fado, caracterizada pelos seus fados e modo de cantá-los e modo de cantadoeu a 30 de Novembro de 1820.
A Severa era filha de Severo Manuel e Ana Gertrudes. A sua mãe era proprietária de uma taberna e tinha por alcunha "A Barbuda", devido à barba que tinha na cara. A Severa era uma mulher alta e graciosa, que cantava o fado (especialmente nessa taberna da Rua do Capelão). Teve vários amantes conhecidos, entre eles o Conde de Vimioso (Dom Francisco de Paula Portugal e Castro) que, segundo a lenda, era enfeitiçado pela forma como cantava e tocava guitarra, levando-a frequentemente à tourada.
Maria Severa morreu de tuberculose na rua do Capelão, na Mouraria, em Lisboa, tendo sido sepultado no cemitério do Alto de S. João numa vala comum.
A sua fama ficou a dever-se em grande parte a Júlio Dantas cuja novela "A Severa" viria a originar uma peça levada à cena em 1901, bem como ao primeiro filme sonoro português realizado por Leitão de Barros em 1931. O filme retrata os costumes populares e a sociedade de 1848, em que ressaltam as aventuras do Conde de Marialva, o jovem cavaleiro e fidalgo que se apaixona por Severa, uma cigana insinuante consagrada como fadista. A Severa foi produzido pela Sociedade Universal de Superfilmes e nele se destacam as interpretações de Dina Teresa, António Luís Lopes, António de Almeida Lavradio, Ribeiro Lopes, Silvestre Alecrim, Augusto Costa, Patrício Álvares, Eduardo Dores, António Vilar e Maria Sampaio.
A Severa marcou indubitavelmente a primeira escola de fado.
Fonte: Wikipedia
Novo dia vai chegar
Levo a garganta cansada
De tantos fados cantar
Subo a rua do Souto
Vou direito a Campanhã
Inda vou dormir um pouco
É domingo de manhã
O Zé Mau e outros mais
Não foram à banca rota
Nas escadas dos Guindais
Inda se joga a batota
Lá no Arco de Vandoma
Passa a Rosa vendedeira
Leva a giga d’azeitona
P’ra vender lá na Ribeira
É este o fado qu’eu canto
Num estilo sempre novo
Com versos feitos d’encanto
Nesta canção do meu povo
Passo as noites a cantar
É vida do meu agrado
Não me canso de mostrar
Que aqui também há fado
O Chico vende jornais
Na esquina da rua Chã
Bate o Sol nos quintais
É domingo de manhã
Alguém chega à estação
Carregando de saudade
A S. Bento uma oração
Por ter voltado à cidade
Mulheres de socos nos pés
E mantilha na cabeça
Vão à missinha das dez
Antes que a fé arrefeça
Subo a rua do Cativo
E uns olhos cor de avelã
Chamam por mim dum postigo
É domingo de manhã
Dizes que nosso amor chegou ao fim
Mas noto algo diferente em teu olhar
Afirmas que já não gostas de mim
Desculpa mas não posso acreditar
Dizes que não me queres voltar a ver
Lamentas mas é isso que preferes
Que nem sequer ciúmes hás-de ter
Se me vires com outras mulheres
P'ra que te abraças ao meu pescoço
Porque bate assim teu coração
Porque está teu pulso em alvoroço
P'ra que apertas tanto a minha mão
Então diz-me porque estás a chorar
Porque me estás amor beijando assim
Desculpa mas não posso acreditar
Ao dizeres que já não gostas de mim
2010 / SILVIA RAQUEL
Fado Louco / Alfredo Marceneiro
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TREVO DA MINHA SORTE
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Meu coração não resiste
Tento manter a aparência
Por ti amor ando triste
A chorar a tua ausência
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És minha sorte, meu trevo
Meu amor e meu pecado
Meu poema onde m’atrevo
A dizer que és o meu fado
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Quero mandar-te num beijo
Meu lamento, meu recado
Dizer-te o quanto desejo
Viver na vida a teu lado
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E nesta minha ansiedade
Nesta sorte sem escolhas
Faço rimar a saudade
Com trevos de quatro folhas
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Meu amor guia teus passos
Para mim que sou teu norte
Volta amor para meus braços
És trevo da minha sorte
2009 / ROSITA
Fado Carriche / Raul Ferrão
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VERSOS À MINHA MÃE
Ò minha mãe, minha santa
Tinha tanta coisa, tanta
Minha mãe p’ra te contar
Na vida o amor d’alguém
Para amar eu conheci
Não me compensa de ti
Mas sou feliz minha mãe
P’ra compensar teus afectos
Dos filhos tenho meiguices
Ò minha mãe se tu visses...
Que lindos são os teus netos!
Rezo à virgem por ti
Saudosa de teu amor
Minha vida era melhor
Se tu voltasses aqui
Num canto desse jardim
Se vires o meu pai também
Diz-lhe que vai tudo bem
E dá-lhe um beijo por mim
QUERO-TE ASSIM
Quero-te assim
de cabelos compridos
de olhos felizes
e sorriso nos lábios.
Quero-te assim
abandonada em mim
de seios esborrachados em meu peito
e o corpo moldado na medida dos meus braços.
Quero-te assim
Mesmo sabendo que um dia
terás rugas no rosto
que serão baços os teus olhos
ásperas as tuas mãos
frio o teu corpo
Quero-te assim, não importa
infinitamente assim como és
porque te amo