maio 31, 2009

SABIA QUE...


Joaquim Campos da Silva, nasceu em Lisboa, no ano de 1911 e faleceu em Sintra, em 1981.Aos 16 anos, empregou-se na CP como escriturário, lugar em que permaneceu até à reforma, sem todavia deixar de cantar o Fado, que foi a grande paixão da sua vida.Ainda criança, passou a viver em Alfama, onde se iniciou a cantar o Fado. Foi, no entanto, em Setúbal, que se apresentou em público pela primeira vez, em 1923, com 12 anos de idade, cantando uma letra que adquirira num quiosque do Rossio, onde se vendiam folhetos com cantigas de poetas populares.
Participou em inúmeras festas de caridade, andou por retiros e esperas de toiros e, com Alberto Costa, foi um dos fundadores, em 1923, do Grémio Artístico Amigos do Fado, apologista de uma dignificação do Fado, pela sua interpretação em salões, em detrimento dos tradicionais retiros e tabernas. Em 1937, é exaltado como a melhor voz dos últimos 20 anos, juntando ainda o facto de dizer primorosamente os versos que interpretava, impregnando-os de sentimento: - Chamaram-lhe o Bruxo do Fado, devido à sua marcante personalidade e estilo pessoal, aliada a um fino sentido musical a que não terá sido alheio o convívio em jovem com Luís Carlos da Silva (Petrolino); por isso foi, considerado por muitos, o maior cantador da sua geração.
Actuou no Coliseu dos Recreios, Teatros Éden, Maria Vitória e Apolo, Solar da Alegria, Retiro da Severa e nos Cafés Luso e Mondego. Efectuou diversas digressões, das quais se destacou aquela, em que na companhia de Maria do Carmo, Alberto Costa, Júlio Proença e Raul Seia, percorreu todo o Algarve. São de sua autoria, temas essenciais do reportório de Fado clássico, ainda hoje profusamente utilizado, como são o caso dos Fados: Vitória, Tango, Rosita, Estela, Castanheira, Amora, Olivais, Simples, Amadores, Camélia e Contraste, entre outros.
As suas composições, celebrizaram os versos de alguns poetas populares com os quais trabalhou mais de perto, tais como Fernando Teles, Manuel Soares, João Linhares Barbosa e Gabriel de Oliveira. Da sua obra discográfica, assumem especial interesse as desgarradas com Ercília Costa e Júlio Proença.
Foi companheiro da cantadeira Rosa Maria, até à morte prematura desta.

(texto retirado do Blog: “Lisboa no Guiness” de Vítor Marceneiro)

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