julho 30, 2009

SABIA QUE...


JOÃO LINHARES BARBOSA
João Linhares Barbosa, poeta e jornalista, nas­ceu em Lisboa em 1893, na freguesia da Ajuda onde viveu toda a sua vida e foi lá que veio a falecer em 1965.
Incentivado por Martinho d'Assunção (pai) e por Domingos Ser­pa, enveredou pela poesia na linha do sentimenta­lismo ultra-romântico. Vivia exclusivamente do fruto das suas composições, vendendo as suas cantigas, tal como os outros poetas da altura, pois não havia como hoje as gravações, e portanto era uma forma de receber monetariamente o retorno do seu trabalho.
Começou a publicar os seus versos no Jornal A voz do Operário, chegando muitas das vezes a ser ele próprio a declamá-los
Em 1922 iniciou a publicação da Guitarra de Portugal que dirigiu até ao final da primeira série, em 1939, e que foi o mais influente jornal da im­prensa fadista, exercendo durante quase duas déca­das forte influência na evolução do Fado.
Sob a sua direcção, a Guitarra de Portugal não só divulgou centenas e centenas de poemas para o repertório fadista como se envolveu em duras po­lémicas com os críticos do Fado, particularmente activos durante a década de 30. O jornal contou com numerosas colaborações como: Stuart de Carva­lhais, Artur Inês, António Amargo e constituiu um precioso elemento de ligação entre os amado­res de Fado, tendo assinantes em praticamente todo o país.
Conti­nuou a colaborar na II série (1945-1947) e noutros jornais, nomeadamente o Ecos de Portugal, que sur­giria em substituição da Guitarra.
Foi muito tempo Director Artístico do Salão Luso. Em 1963 é Homenageado no Coliseu dos Recreios, recebendo o prémio da Imprensa para o “Melhor Poeta de Fado”. Em 1995 a Câmara Municipal de Lisboa presta-lhe a justa consagração dando o se nome a uma rua de Lisboa, no Bairro do Camarão da Ajuda.
Foi e ainda é, um dos mais admirados poetas do Fado, a sua produção ultra­passou decerto o milhar de poemas, entre os quais se contam algumas das mais duradouras letras tradi­cionais, entre outras: É Tão bom Ser Pequenino; Lenda das Rosas; Cinco Pedras; Dá-me o Braço An­da Daí; As Sardinheiras; Cabeça de Vento; O Ardinita; Ternura, O Leilão da Mariquinhas; Depois do Leilão Fado dos Alamares; Não te Lembres de mim; O Meu; O Pierrot; Lembro-me de Ti; Mocita dos Caracóis; O Remorso; Vida Airada; Perdição; O Fado da Mouraria; Desespero; As Pedras; Aquela Rua, Ternura, Cabeça de Vento, Eterna Amizade, Fado Menor, Lenda das Rosas, O Fado da Mouraria, Disse Mal de Ti, Fado Corrido, Fado das Tamanquinhas, Faia, Lá porque tens cinco pedras, Não digas mal dele. Os teu olhos são dois Círios, Sei Finalmente, Troca de Olhares.

(texto do Blog: “Lisboa no guiness” de Vítor Marceneiro)

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