junho 22, 2012

HOMENAGEM AO FADO

MÁRCIA CONDESSA


Márcia Condessa nasceu em Monção em 1915. Filha de gente humilde teve que partir ainda nova, para a capital a ganhar a vida. Foi no Restaurante da Bica, onde trabalha a servir às mesas, que Márcia Condessa era desafiada para cantar fado. O jornal "Canção do Sul", em 1938, organiza um concurso de Fados, onde a fadista participa em representação do Bairro da Bica e ganha o 1º prémio. É-lhe atribuido o título de «Rainha do Fado de 1938». Com este estrondoso êxito, passa a cantar profissionalmente em casas de fado, e em espectáculos. Faz várias deslocações ao estrangeiro e no Brasil, esteve cerca de oito meses, integrada numa companhia de teatro, com Irene Isidro, António Silva e Ribeirinho. Em 1950, abre o seu próprio restaurante típico, ficava na Praça da Alegria, a que dá o nome “A Casa da Márcia Condessa”.

 


FERNANDO MAURÍCIO


Fernando Maurício nasceu em Lisboa no ano de 1933.

Detentor de uma voz genuína e arreigado às suas raízes lisboetas, é hoje considerado por muitos conhecedores da especialidade como o maior fadista da sua geração, apesar do seu descuido perante a necessidade de uma carreira discográfica. O Fado era o seu bairro. Revelando, desde cedo, os seus dotes para o mundo do espectáculo, foi com apenas treze anos, em 1947, que se sagrou em terceiro lugar no concurso "João Maria dos Anjos", organizado no Café Latino. Contratado pelo empresário José Miguel, cantou regularmente durante um período de três anos, aos fins-de-semana, nas casas por ele exploradas, nomeadamente Café Latino, o Retiro dos Marialvas, o Vera Cruz e o Casablanca no Parque Mayer. No entanto, quando contava dezassete anos resolveu interromper a actividade, que só retomou em 1954, no Café Luso, no Bairro Alto. Aqui, actuou já profissionalizado, bem como, na Adega Machado e na casa típica O Faia. Nos anos 60 e 70 foi a vez de outras casas de fado de Lisboa, como a Nau Catrineta, a Kaverna, o Poeta, a Taverna d’El Rey e novamente, o Café Luso. Estas casas conquistaram novos públicos com as actuações de Fernando Maurício que seria apelidado de Rei do Fado. Nos anos 80 começou a actuar na Adega Mesquita.

Preferia cantar em festas de beneficência e solidariedade, por todo o país, não se preocupando muito com uma carreira discográfica. Apesar de tudo, gravou discos, dos quais se contam, para além dos fados com Francisco Martinho e da participação em várias colectâneas de fados: De Corpo e Alma sou Fadista, 1984; Fernando Maurício, Tantos Fados deu-me a Vida, 1995, Fernando Maurício, Os 21 Fados do Rei, 1997; Fernando Maurício, col. O Melhor dos Melhores, 1997; Fernando Maurício, Clássicos da Renascença, 2000.

Participou em inúmeros espectáculos no estrangeiro, nomeadamente no Luxemburgo, Holanda, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.

Recebeu ao longo da sua vida vários prémios, dos quais se contam: Prémio da Imprensa (1969) e os Prémios Prestígio e de Carreira da Casa da Imprensa (1985/1986). Em Maio de 2001, no Coliseu, foi agraciado pelo Presidente da República, com a Comenda da Ordem de Mérito.

Era avesso a homenagens mas em 1989, Amália descerrou na rua onde nasceu duas lápides evocativas das vozes do fado emblemáticas deste bairro: Maria Severa Onofriana e Fernando da Silva Maurício. A Câmara Municipal de Lisboa assinalou em 1994 as suas bodas de ouro artísticas no S. Luís. E em 2001 de novo o homenageou nos Paços do Concelho quando publicou a sua biografia pessoal e artística.

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