julho 19, 2012

HOMENAGEM AO FADO


JOSÉ FONTES ROCHA


José Fontes Rocha, nasceu no Porto na freguesia de Ramalde em 1926.

Seu avô paterno foi regente de uma banda popular, e foi com ele que aprendeu música e a tocar violino, mas o pai, que tocava guitarra, foi quem mais o influenciou, a tocar o instrumento que veio a ser a sua grande vocação.

Aos 20 anos começou a tocar como amador entre amigos e em festas particulares e, dez anos depois, foi para Lisboa, começou por adoptar o estilo de José Nunes (também do Porto), que acabou por marcar profundamente a sua própria interpretação.

Em Lisboa actuou durante algum tempo no restaurante típico Patrício e quando este encerrou, em 1956, foi trabalhar na sua profissão de elec¬tricista para os CTT. Actuou no Pampilho, acabando por, abandonar definitivamente a profissão, dedic¬a-se em exclusivo à guitarra. Foi contratado para a Adega Mesquita, donde transitou para a Taverna do Embuçado e depois para o Senhor Vinho, onde actuou vários anos.

Fez parte do conjunto de guitarras de Raul Nery (então também integrado por Júlio Gomes e Joel Pina), com o qual se deslocou ao estrangeiro para acompanhar Maria Teresa de Noronha em vários espectáculos; e com Amália Rodrigues, que acompanhou durante doze anos, em diversos países.

De todos os espectáculos em que parti¬cipou, realça-se: o Olympia de Paris em 1968, Outro espectáculo memo¬rável em que Fontes Rocha participou, foi nas Halles, também em Paris, cuja exibição, se saldou em mais um sucesso para Amália Rodrigues. Também no Lincoln Center de Nova Iorque, na temporada de 1969-1970, fazendo parte do mesmo conjunto de guitarras. É também autor das músicas de vários fados, tais como Quentes e Boas; Fado Isabel; Anda o Sol na Minha; Lavava no Rio Lavava e Trago o Fado nos Sentidos.



José Manuel Osório


Fadista, investigador e actor, nasceu em 1947, na República do Zaire. Foi um dos mais notáveis investigadores na área do fado. Quando veio para Lisboa, aos 11 anos, que descobriu a grande beleza do fado, nas vozes de Amália Rodrigues. Aos 16 anos, ganhou pela primeira vez a Grande Noite do Fado. Dois anos depois, repetiu a proeza.

José Manuel Osório cantou fados de intervenção desde os primeiros discos. Estreou-se em 1965 com um duplo EP, que foi imediatamente proibido. Dois anos depois, um novo disco, que recebeu o Prémio Imprensa, para o melhor disco do ano que foi novamente proibido. Em 1969, o terceiro disco teve destino semelhante. Era actor na Companhia de Teatro Estúdio de Lisboa, representavam peças proibidas que o fez fugir constantemente das rusgas da polícia até que, um dia, José Manuel Osório foi apanhado e preso. Emigrou, refugiando-se em Paris, tendo vivido o "Maio de 68", e privado com José Mário Branco. Regressou a Lisboa, nos anos 70, com a "primavera Marcelista". Gravou um novo disco, em que cantava poemas de esquerda, mas que foi também proibido. Pelo caminho cursou Direito e estudou piano no Conservatório, sem nunca ter chegado ao fim. Dedicou-se à investigação. E é nessa área que se distinguiu após o 25 de Abril. Recebeu o prémio de Investigação Neves de Sousa, em 2005, atribuído pela Casa da Imprensa. Participou em vários estudos, destacando-se a série "Um Século de Fado" (Ediclube) e a catalogação dos fados tradicionais publicada em formato livro/disco, editada pela revista Visão, em 2005.

Em 1984, foi-lhe diagnosticada uma infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. Desde aí debateu-se com essa fatídica doença, sendo apontado como um grande exemplo de resistência e de coragem. Apesar disso, nunca abandonou o fado. Faleceu com 64 anos em Agosto de 2011.

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