Nasceu
no seio de uma família com enormes carências económicas, pelo que aos 12 anos
deixou de estudar e começou a trabalhar para ajudar a família, na UTIC, uma
empresa de peças para automóveis. Mais tarde entra para a Companhia Nacional de
Navegação onde se manteve até aos 19 anos. É neste período que dá os primeiros
passos na música fazendo parte de um grupo vocal chamado "Os Cinco
Réis", que interpretava músicas latino-americanas, em versões portuguesas.
Essa banda chega a gravar um disco: "O Pepe" e a aparecer em vários
programas de televisão. Mas, entretanto Rodrigo é chamado para o serviço
militar e a banda termina.Aos 21 anos de idade Rodrigo emigra pela primeira
vez, com destino a França, impelido por uma vontade de conhecer e aprender
novas coisas. Na véspera da viagem, juntamente com os amigos, terminam a noite
de despedida numa casa de Fados em Alcântara, a "Cesária", uma
experiência singular para Rodrigo, não só pelo ambiente que o rodeia, como pelo
facto de cantar pela primeira vez em público o único Fado que sabia:
"Biografia do Fado" de Carlos Ramos. Foi esta a sua
"apresentação ao Fado", um sucesso entre os que o ouviam, deixando-o
definitivamente seduzido pelo género. Este momento deixa marcas na sua vida e
durante a permanência em França sintonizava os programas da Emissora Nacional
para ouvir Fado.
Rodrigo
regressa em definitivo a Portugal aos 26 anos e passa a frequentar e a cantar
assiduamente nas casas de Fado amador, a sua grande maioria situadas em Cascais
e arredores, onde conhece uma singular geração de fadistas; Teresa Tarouca,
António Melo Correia, João Braga, José Pracana, Carlos Zel, Carlos Guedes
Amorim, Teresa Siqueira, entre outros. Começou a ser solicitado para
espectáculos ao vivo e convidado para a primeira gravação.
Profissionaliza-se
em 1975, mas ainda como amador gravou os seus primeiros discos, como é o caso
de "Eu sou povo e canto esperança", em 1973. A projecção nacional
chegará com o álbum "Coentros e Rabanetes", editado em 1976, e com
ele inúmeros concertos, entrevistas e programas na televisão. Rodrigo chega
inclusivé a ser convidado para uma Gala no Casino da Figueira da Foz. No início
dos anos 80 abriu a sua própria casa de Fados, em Birre, nos arredores de
Cascais, "O Arreda", seguiu-se o "Picadeiro" e o
"Estribo" que passou para "Forte D. Rodrigo", dedicando-se
quase em exclusivo à sua grande paixão, o Fado.Em meados da mesma década
Rodrigo foi um dos impulsionadores da União Portuguesa de Artistas de
Variedades (UPAV). Face ao assinalável êxito, são inúmeras as viagens e
espectáculos que integra, salientando a forte ligação às comunidades
portuguesas espalhadas por todo o mundo. Todos os espectáculos são preparados
ao ínfimo pormenor, desde o cuidado na escolha do repertório, dos músicos que o
acompanham, -habitualmente António Parreira, José Nobre Costa na guitarra
portuguesa, Francisco Gonçalves e Raúl Silva na viola - até a uma pequena
introdução sobre o poema que se vai cantar.
Recebeu
um título de Cidadão Honorário atribuído pelo Senado do Estado de Rhode Island
(E.U.A.)
Do seu
repertório destacamos os grandes êxitos: "Cais do Sodré" de Francisco
V. Bandeiras, "Gente do Mar" e "Eu sou povo e canto
esperança" de João Dias, "Coentros e Rabanetes" de Jorge Atayde.
Com
uma personalidade muito própria, Rodrigo continua a ser um assinalável caso de
popularidade.
Fonte:
MUSEU DO FADO
Museu
do Fado – Entrevista realizada em 03 de Novembro de 2006
http://rodrigofadista.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário