dezembro 31, 2010

ANDA UM FADO POR AÍ

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Acabou a madrugada

Novo dia vai chegar

Levo a garganta cansada

De tantos fados cantar

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Subo a rua do Souto

Vou direito a Campanhã

Inda vou dormir um pouco

É domingo de manhã

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O Zé Mau e outros mais

Não foram à banca rota

Nas escadas dos Guindais

Inda se joga a batota

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Lá no Arco de Vandoma

Passa a Rosa vendedeira

Leva a giga d’azeitona

P’ra vender lá na Ribeira

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É este o fado qu’eu canto

Num estilo sempre novo

Com versos feitos d’encanto

Nesta canção do meu povo

Passo as noites a cantar

É vida do meu agrado

Não me canso de mostrar

Que aqui também há fado

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O Chico vende jornais

Na esquina da rua Chã

Bate o Sol nos quintais

É domingo de manhã

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Alguém chega à estação

Carregando de saudade

A S. Bento uma oração

Por ter voltado à cidade

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Mulheres de socos nos pés

E mantilha na cabeça

Vão à missinha das dez

Antes que a fé arrefeça

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Subo a rua do Cativo

E uns olhos cor de avelã

Chamam por mim dum postigo

É domingo de manhã

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