setembro 17, 2008

FADISTAS DO PORTO


BEATRIZ DA CONCEIÇÃO
Beatriz da Conceição é uma das personalidades artísticas mais vibrantes da segunda metade do século XX. Nascida no Porto em 1939, torna-se fadista num episódio quase lendário: Vai ouvir fados à casa de Márcia Condessa, alegra-se com a sangria e trauteia um fado. É logo convidada pela D. Márcia para ficar a cantar na casa. (O restaurante criou grande celebridade em Lisboa e um dia terá lugar na história da boémia da cidade, pelo casticismo com que marcou a Praça da Alegria. Segundo Vítor Duarte Marceneiro, Márcia Condessa «era uma senhora afável, bem-disposta, era uma conhecedora do fado», tendo muitos artistas a tocar no restaurante, onde se «comia muito bem»). Beatriz já não regressa ao Porto. Ficou por tempo inteiro na terra do Fado. Do seu extenso reportório podemos ouvi-la nas mais célebres canções de Maximiano de Sousa (Max para os amigos) e nas letras prodigiosas de Carlos Ary dos Santos.

Fonte: Lisboa no Guiness


E Torre da Guia diz:

“Beatriz da Conceição nasceu na Fontinha, Santo Ildefonso, Porto, em 21 de Agosto de 1939. A Bia, como é carinhosamente tratada por familiares e amigos, quanto a mim, além do episódico acaso que determinou sua iniciação profissional no Fado, quando foi contratada, após empolgante serão em que revelou sua tendência e desde aí ter ficado radicada em Lisboa para actuar no afamado restaurante típico Márcia Condessa, tarde ou cedo alguém teria de descobrir o seu enorme e irrefutável talento artístico, algo de vincadamente personalizado, invulgar e único. Fartei-me de ouvir Fado em todas as situações, circunstâncias e diversidade de apresentação, no entanto, se ainda hoje cultivo e prefiro a excelência de serões fadistas em casa típica, devo-o em exclusivo aos intensos e sublimes momentos que Beatriz da Conceição me proporcionou ao longo de algumas das mais belas madrugadas da minha vida.No decurso de meio-século de permanente e progressiva actividade, actuando nos mais reputados retiros típicos, palcos e recintos públicos do país e do estrangeiro, na rádio e na televisão, esta excepcional artista sempre cuidou e apurou com especial rigor o seu vasto reportório, onde são de salientar trechos como «Pão de Gestos» e «Olhai a Noite», de Torre da Guia e Álvaro Martins, «Pomba Branca» e «Noite», de Vasco de Lima Couto e Max, «Meu Corpo» e «Fado da Bia» de Ary dos Santos e Fernando Tordo. Entretanto, veja, ouça e aprecie aquela que sem dúvida alguma é uma das mais lídimas intérpretes do Rigoroso”.

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