agosto 16, 2008

FADO NO PORTO


ANTÓNIO PASSOS
AMÉLINHA DO BOLHÃO / 1994

No mercado do Bolhão
Houve chinfrim certo dia
Porque o pacato João
Lembrou-se de por a mão
Num sítio que não devia

Amélinha não gostou
Que a filha fosse lesada
Mas dizem qu’esta corou
Porque no fundo gostou
Daquela mão descarada

De rogada não se faz
E ali com a mãe presente
Prega um beijo no rapaz
Que a tremer só foi capaz
De fazer rir toda a gente

Amélinha revoltada
Com tanta “descaração”
Prega à filha uma estalada
E logo numa assentada
Prega outra no João

Casaram, têm de seu
No bolhão uma tendinha
O povo à muito esqueceu
Quando o mercado tremeu
Com os berros d’Amélinha

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