agosto 13, 2008

FADO NO PORTO


NICOLAU ROCHA

FOGUEIRA DO TEMPO / 1994


É na fogueira do tempo
Que meu tempo se consome
Na raiva de não ter tempo
E morrer com essa fome

A chama que a vida tem
Vai ardendo hora a hora
A minha esp’rança também
Vai morrendo vida fora

Foge-me o tempo então
Como areia entre os dedos
Só não foge esta impressão
Que tenho de tantos medos

Quando acabar o meu tempo
Acabará p’ra mim também
Este lutar contra o tempo
De querer ser na vida alguém

Se um dia alguém tiver tempo
De lembrar que eu existi
Que não seja por lamento
De algum tempo que perdi

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