(continuação)
Anda a ler um livro de poemas, que tem como autor Olecram, “Fados em Silêncio”, de onde tira muitas das letras que canta no fado. Possui o condão de cantar com uma voz linda e um sentir verdadeiro. O fado foi sempre bem cantado por quem sofre de verdade...
É apontada por muitos, como séria favorita ao primeiro lugar na grande noite de fado deste ano. Anda indecisa, sobre qual a letra que vai levar a concurso, tem duas de Olecram, um para a música do fado “Licas” de autoria de Armando Machado, com o titulo: “Amor ilícito”, e diz assim:
Tu dizes que não por ser pecado
Mas sabes meu amor não acredito
O proibido é sempre desejado
E é tão bom entrar no interdito
Contrariar a lei estabelecida
Correndo aquele risco que me atrai
Gozar o prazer que tem a vida
Conhecendo o abismo onde se cai
Nesta grande loucura de te amar
Anda a doce tortura do desejo
De a todo o instante controlar
Os gestos no momento em que te vejo
Fosse o mundo inteiro, todo nosso
Sem haver mais os olhos de ninguém
Amava-te mais amor mas eu não posso
Pois dizem ser pecado e tu também
E outra para o fado “Primavera”, com o título: “Este meu amor secreto” e que lhe diz muito…
Este meu amor secreto
Vive tão longe e tão perto
Faz minha vida em pedaços
Mas de tão lindo e profundo
Eu sinto que tenho o mundo
Quando ele está nos meus braços
Um dia se não o vejo
A saudade e o desejo
Vão aumentando em meu peito
Eu vivo nesta ansiedade
E esta cumplicidade
Traz minha vida sem jeito
Seu beijo é a bebida
Que sacia a minha vida
Na sede do meu afecto
É tão doce e sublime
Que de tão puro redime
Este meu amor secreto
Estendo o braço na cama
Mas o frio não me engana
O meu leito é um deserto
E com ele quando sonho
Muitas vezes eu suponho
Que está comigo tão perto
Quem canta seu mal espanta!
A Lígia
A Lígia lá vai namorando o Maciel, afinal, aquilo que parecia ser para eles mais uma relação para a lista das desilusões, passou a ser uma surpresa agradável. Fazem um belo casal e lá pelo bairro do Ameal já se fala em casório. A mãe da Lígia anda nas nuvens, o sonho da velhota era ver a filha arrumada e feliz. Como ela sempre diz: — Podia depois, morrer descansada.
Como sempre acontece quando estamos apaixonados (condição importante para quem escreve para fado), o Maciel tem escrito muitas letras bonitas, inspirado no seu novo amor. A Lígia é a sua musa e a causa da sua recente felicidade, agora que quase tinha perdido a esperança de encontrar alguém, que o fizesse esquecer a amargura em que tem vivido... Delicia-se a ouvi-la cantar e ainda ontem à noite, a Lígia lhe cantou a sua mais recente letra, num linda música de Nel Garcia, com o título: “A Procurar me perdi”
Eu juro que procurei
E a procurar me perdi
Na hora que t’encontrei
Fiquei perdida por ti
Para não mais me perder
Segui na vida teus passos
Acabei por me prender
Na cadeia dos teus braços
E se um dia mesmo assim
Eu me perder p’ra castigo
Vai à procura de mim
E fica de vez comigo
A Lígia não resiste à ternura do Maciel, vive nas estrelas, ele é muito amigo da mãe dela, condição pela qual sempre se bateu, para pôr fim ao seu celibato.
Pág.13 (continua)
Anda a ler um livro de poemas, que tem como autor Olecram, “Fados em Silêncio”, de onde tira muitas das letras que canta no fado. Possui o condão de cantar com uma voz linda e um sentir verdadeiro. O fado foi sempre bem cantado por quem sofre de verdade...
É apontada por muitos, como séria favorita ao primeiro lugar na grande noite de fado deste ano. Anda indecisa, sobre qual a letra que vai levar a concurso, tem duas de Olecram, um para a música do fado “Licas” de autoria de Armando Machado, com o titulo: “Amor ilícito”, e diz assim:
Tu dizes que não por ser pecado
Mas sabes meu amor não acredito
O proibido é sempre desejado
E é tão bom entrar no interdito
Contrariar a lei estabelecida
Correndo aquele risco que me atrai
Gozar o prazer que tem a vida
Conhecendo o abismo onde se cai
Nesta grande loucura de te amar
Anda a doce tortura do desejo
De a todo o instante controlar
Os gestos no momento em que te vejo
Fosse o mundo inteiro, todo nosso
Sem haver mais os olhos de ninguém
Amava-te mais amor mas eu não posso
Pois dizem ser pecado e tu também
E outra para o fado “Primavera”, com o título: “Este meu amor secreto” e que lhe diz muito…
Este meu amor secreto
Vive tão longe e tão perto
Faz minha vida em pedaços
Mas de tão lindo e profundo
Eu sinto que tenho o mundo
Quando ele está nos meus braços
Um dia se não o vejo
A saudade e o desejo
Vão aumentando em meu peito
Eu vivo nesta ansiedade
E esta cumplicidade
Traz minha vida sem jeito
Seu beijo é a bebida
Que sacia a minha vida
Na sede do meu afecto
É tão doce e sublime
Que de tão puro redime
Este meu amor secreto
Estendo o braço na cama
Mas o frio não me engana
O meu leito é um deserto
E com ele quando sonho
Muitas vezes eu suponho
Que está comigo tão perto
Quem canta seu mal espanta!
A Lígia
A Lígia lá vai namorando o Maciel, afinal, aquilo que parecia ser para eles mais uma relação para a lista das desilusões, passou a ser uma surpresa agradável. Fazem um belo casal e lá pelo bairro do Ameal já se fala em casório. A mãe da Lígia anda nas nuvens, o sonho da velhota era ver a filha arrumada e feliz. Como ela sempre diz: — Podia depois, morrer descansada.
Como sempre acontece quando estamos apaixonados (condição importante para quem escreve para fado), o Maciel tem escrito muitas letras bonitas, inspirado no seu novo amor. A Lígia é a sua musa e a causa da sua recente felicidade, agora que quase tinha perdido a esperança de encontrar alguém, que o fizesse esquecer a amargura em que tem vivido... Delicia-se a ouvi-la cantar e ainda ontem à noite, a Lígia lhe cantou a sua mais recente letra, num linda música de Nel Garcia, com o título: “A Procurar me perdi”
Eu juro que procurei
E a procurar me perdi
Na hora que t’encontrei
Fiquei perdida por ti
Para não mais me perder
Segui na vida teus passos
Acabei por me prender
Na cadeia dos teus braços
E se um dia mesmo assim
Eu me perder p’ra castigo
Vai à procura de mim
E fica de vez comigo
A Lígia não resiste à ternura do Maciel, vive nas estrelas, ele é muito amigo da mãe dela, condição pela qual sempre se bateu, para pôr fim ao seu celibato.
Pág.13 (continua)
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