(continuação)
No cinema, estreou-se como acompanhador de Paquito Rico e Carlos Ramos no filme “Lavadeiras de Portugal”.
Fez centenas de espectáculos por todo o país, integrando o elenco dos “Soldados de Portugal” (1948-1951), dos “Serões para Trabalhadores” organizados pela Emissora Nacional em colaboração com a FNAT.
Acompanhou Amália Rodrigues nos anos 60, mas devido ao medo que tinha de andar de avião, teve de deixar de a acompanhar nas digressões ao estrangeiro passando essa incumbência para Fontes Rocha a partir de 1967.
Foi autor de fados como: Fado Bolero; Fado Micas; Fado Pedro; Fado Pereiró; Fado Quina; Chula da Sabrosa; Caixinha de Música e dezenas de variações: No Fado Lopes; Fado Paloma; Fado Ana Maria; Fado João de Deus e ainda Divagações no Fado Mayer a par de muitas variações gravadas em disco. Foi ainda professor de muitos amadores e influenciou o estilo de muitos profissionais, ficando entre os seus discípulos os nomes de José Pracana, João Torres do Vale, Carlos Gonçalves, António Chainho, António Parreira, Alcino Frazão (irmão de Carlos Zel) e Sebastião Pinto Varela.
Morreu de acidente vascular no Hospital de Santa Maria.
Ainda citando Mascarenhas Barreto: (o apreço que por ele tinham muitos dos colegas de ofício, fez com que muitos o tivessem acompanhado ao som das guitarras numa “guarda de honra” à saída do seu funeral).
Amália velando o cadáver disse:
“Jaime Santos é Lisboa, José Nunes é Portugal”
Também José Fontes Rocha, nascido no Porto em 20 de Setembro de 1926 em Ramalde, adoptou o estilo de José Nunes, quando aos vintes anos foi para Lisboa. Descendente de uma família de músicos, na qual o avô paterno desempenhava o papel de regente de uma banda civil, tendo sido por influência deste, que iniciou aos doze anos o estudo de violino.
Na adolescência começa a tocar guitarra, encorajado pelo seu pai, mas como autodidacta. Já em Lisboa, actuando no restaurante Patrício, da Calçada de Carriche, e no Pampilho Quando este encerra, dedicou-se à sua profissão de electricista nos CTT.
Fontes Rocha, desenvolveu no entanto com a sua persistência notável, uma série de aperfeiçoamentos das unhas e o ângulo de ataque das cordas. Em 1959 foi contratado para a Adega Mesquita, no Bairro Alto, tendo sido mais tarde, em 1964 convidado para inaugurar O Embuçado, em Alfama. Nesta casa permaneceu alguns anos mais importantes da sua carreira, sendo acompanhado por Carlos Gonçalves e Pedro Leal, mas integrando simultaneamente o Conjunto de Guitarras de Raul Nery.
A partir de 1966 inicia o seu trabalho de acompanhador privativo de Amália, e com esta percorre o mundo, tendo ficado na sua memória os espectáculos no Olympia de Paris (1967) e no Lincon Center de Nova Iorque (1969-70), entre outros. Acompanhou ainda dezenas de artistas famosos, desde Maria Teresa de Noronha a Ercília Costa.
Compôs algumas melodias de fado e guitarradas, das quais se salienta: Fado Isabel, Quentes e Boas; Anda o Sol na Minha Rua; Lavava no Rio Lavava; Fado dos Sentidos e muitas variações conhecidas.
Fontes Rocha teve sempre uma preocupação especial com a sonoridade das guitarras, começando a construir em 1973, nos tempos livres, um modelo baseado nas medidas das estabelecidas por Artur Paredes e João Pedro Grácio, tendo até hoje, construído mais de 20 guitarras de excelente sonoridade.
Encontramos no norte, outro grande executante da guitarra de fado, nascido em 1953 em Santa Maria de Lamas, trata-se de Arménio de Melo, de seu nome completo Arménio Coelho de Melo.
Iniciou a sua aprendizagem da guitarra com 13 anos, recebendo lições do guitarrista nortenho Manuel dos Santos. A partir dos 14 anos, iniciou a sua actividade profissional como acompanhador de fado, tocando em numerosos espectáculos na região norte até 1974, altura em que foi para Lisboa.
Em 1978, integrou o Conjunto de Guitarras de Martinho da Assunção, tendo participado no disco Trio de Violas e Guitarra, colaborando também nos arranjos de algumas peças tradicionais, como Variações em Ré menor, de Fontes Rocha, Nocturno de Casimiro Ramos, ou Rapsódia de Três, do colectivo Martinho D’Assunção, Arménio de Melo e Vital D’Assunção.
É ainda de destacar a gravação do LP de música clássica, ao lado Manuel dos Santos e Alexandre Santos. Assim como solista em diversos discos de músicas de fado, como a colectânea: ” Lisboa o fado e os fadistas”
Como acompanhador de fado de Carlos do Carmo, percorreu a Europa, Canadá, EUA, Brasil, África, Hong Kong, Macau e Índia.
Tem o curso complementar de Música e frequentou o 3º ano do curso de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa.
Leccionou na Academia de Amadores de Música e na Escola Profissional de Música de Almada, é actualmente professor de guitarra portuguesa no Conservatório Regional de Loures e no Conservatório Regional de Almada.
Utiliza uma afinação própria, com cordas afinadas em intervalos de quarta perfeita (com bordões à oitava) Dó, Fá, Lá, ré, sol, dó, buscando assim uma simetria de desenhos para todas as posições, mas ao mesmo tempo (desnaturando), uma das características mais originais da guitarra.
Participou no Festival de Guitarra Portuguesa na Expo’98 com um recital intitulado Kordatum, nome do duo de guitarras que actualmente lidera, acompanhado de Nuno Vasconcelos em viola).
Mascarenhas Barreto destaca:
Marcírio Ferreira, natural da Sé, nascido a 29 de Janeiro de 1909 e falecido em 7 de Abril de 1973. Guitarrista exímio que muito contribuiu para o bom nível musical que a interpretação do fado atingiu no Porto na sua época. E acrescento: O nome de Álvaro Martins, grande executante de guitarra e autor de músicas de fado, que muita gente ainda hoje canta, como por exemplo: “Olhai a noite”, “ O Pão das Gestas”, ” Mas falta escrever na Lua”, “Xaile Negro”. São célebres as suas variações à guitarra, maravilhas como: “Ave-maria do Mar”ou “Bom sucesso.”
O Porto devesse orgulhar, pois sempre teve grandes guitarristas e violistas de fado.
Veja no final deste livro, mais de uma centena de nomes (dos que recordo!), sem qualquer preocupação de ordem cronológica, mas apenas por ordem alfabética:
Para melhor se conhecer a Guitarra Portuguesa, quero indicar aqui o grande estudioso de instrumentos musicais, José Lúcio Ribeiro de Almeida. Aconselho a visita ao seu site na Internet em: www.jose-lucio.com/fado e fique a saber de Fado.
Pág.19 (continua)
No cinema, estreou-se como acompanhador de Paquito Rico e Carlos Ramos no filme “Lavadeiras de Portugal”.
Fez centenas de espectáculos por todo o país, integrando o elenco dos “Soldados de Portugal” (1948-1951), dos “Serões para Trabalhadores” organizados pela Emissora Nacional em colaboração com a FNAT.
Acompanhou Amália Rodrigues nos anos 60, mas devido ao medo que tinha de andar de avião, teve de deixar de a acompanhar nas digressões ao estrangeiro passando essa incumbência para Fontes Rocha a partir de 1967.
Foi autor de fados como: Fado Bolero; Fado Micas; Fado Pedro; Fado Pereiró; Fado Quina; Chula da Sabrosa; Caixinha de Música e dezenas de variações: No Fado Lopes; Fado Paloma; Fado Ana Maria; Fado João de Deus e ainda Divagações no Fado Mayer a par de muitas variações gravadas em disco. Foi ainda professor de muitos amadores e influenciou o estilo de muitos profissionais, ficando entre os seus discípulos os nomes de José Pracana, João Torres do Vale, Carlos Gonçalves, António Chainho, António Parreira, Alcino Frazão (irmão de Carlos Zel) e Sebastião Pinto Varela.
Morreu de acidente vascular no Hospital de Santa Maria.
Ainda citando Mascarenhas Barreto: (o apreço que por ele tinham muitos dos colegas de ofício, fez com que muitos o tivessem acompanhado ao som das guitarras numa “guarda de honra” à saída do seu funeral).
Amália velando o cadáver disse:
“Jaime Santos é Lisboa, José Nunes é Portugal”
Também José Fontes Rocha, nascido no Porto em 20 de Setembro de 1926 em Ramalde, adoptou o estilo de José Nunes, quando aos vintes anos foi para Lisboa. Descendente de uma família de músicos, na qual o avô paterno desempenhava o papel de regente de uma banda civil, tendo sido por influência deste, que iniciou aos doze anos o estudo de violino.
Na adolescência começa a tocar guitarra, encorajado pelo seu pai, mas como autodidacta. Já em Lisboa, actuando no restaurante Patrício, da Calçada de Carriche, e no Pampilho Quando este encerra, dedicou-se à sua profissão de electricista nos CTT.
Fontes Rocha, desenvolveu no entanto com a sua persistência notável, uma série de aperfeiçoamentos das unhas e o ângulo de ataque das cordas. Em 1959 foi contratado para a Adega Mesquita, no Bairro Alto, tendo sido mais tarde, em 1964 convidado para inaugurar O Embuçado, em Alfama. Nesta casa permaneceu alguns anos mais importantes da sua carreira, sendo acompanhado por Carlos Gonçalves e Pedro Leal, mas integrando simultaneamente o Conjunto de Guitarras de Raul Nery.
A partir de 1966 inicia o seu trabalho de acompanhador privativo de Amália, e com esta percorre o mundo, tendo ficado na sua memória os espectáculos no Olympia de Paris (1967) e no Lincon Center de Nova Iorque (1969-70), entre outros. Acompanhou ainda dezenas de artistas famosos, desde Maria Teresa de Noronha a Ercília Costa.
Compôs algumas melodias de fado e guitarradas, das quais se salienta: Fado Isabel, Quentes e Boas; Anda o Sol na Minha Rua; Lavava no Rio Lavava; Fado dos Sentidos e muitas variações conhecidas.
Fontes Rocha teve sempre uma preocupação especial com a sonoridade das guitarras, começando a construir em 1973, nos tempos livres, um modelo baseado nas medidas das estabelecidas por Artur Paredes e João Pedro Grácio, tendo até hoje, construído mais de 20 guitarras de excelente sonoridade.
Encontramos no norte, outro grande executante da guitarra de fado, nascido em 1953 em Santa Maria de Lamas, trata-se de Arménio de Melo, de seu nome completo Arménio Coelho de Melo.
Iniciou a sua aprendizagem da guitarra com 13 anos, recebendo lições do guitarrista nortenho Manuel dos Santos. A partir dos 14 anos, iniciou a sua actividade profissional como acompanhador de fado, tocando em numerosos espectáculos na região norte até 1974, altura em que foi para Lisboa.
Em 1978, integrou o Conjunto de Guitarras de Martinho da Assunção, tendo participado no disco Trio de Violas e Guitarra, colaborando também nos arranjos de algumas peças tradicionais, como Variações em Ré menor, de Fontes Rocha, Nocturno de Casimiro Ramos, ou Rapsódia de Três, do colectivo Martinho D’Assunção, Arménio de Melo e Vital D’Assunção.
É ainda de destacar a gravação do LP de música clássica, ao lado Manuel dos Santos e Alexandre Santos. Assim como solista em diversos discos de músicas de fado, como a colectânea: ” Lisboa o fado e os fadistas”
Como acompanhador de fado de Carlos do Carmo, percorreu a Europa, Canadá, EUA, Brasil, África, Hong Kong, Macau e Índia.
Tem o curso complementar de Música e frequentou o 3º ano do curso de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa.
Leccionou na Academia de Amadores de Música e na Escola Profissional de Música de Almada, é actualmente professor de guitarra portuguesa no Conservatório Regional de Loures e no Conservatório Regional de Almada.
Utiliza uma afinação própria, com cordas afinadas em intervalos de quarta perfeita (com bordões à oitava) Dó, Fá, Lá, ré, sol, dó, buscando assim uma simetria de desenhos para todas as posições, mas ao mesmo tempo (desnaturando), uma das características mais originais da guitarra.
Participou no Festival de Guitarra Portuguesa na Expo’98 com um recital intitulado Kordatum, nome do duo de guitarras que actualmente lidera, acompanhado de Nuno Vasconcelos em viola).
Mascarenhas Barreto destaca:
Marcírio Ferreira, natural da Sé, nascido a 29 de Janeiro de 1909 e falecido em 7 de Abril de 1973. Guitarrista exímio que muito contribuiu para o bom nível musical que a interpretação do fado atingiu no Porto na sua época. E acrescento: O nome de Álvaro Martins, grande executante de guitarra e autor de músicas de fado, que muita gente ainda hoje canta, como por exemplo: “Olhai a noite”, “ O Pão das Gestas”, ” Mas falta escrever na Lua”, “Xaile Negro”. São célebres as suas variações à guitarra, maravilhas como: “Ave-maria do Mar”ou “Bom sucesso.”
O Porto devesse orgulhar, pois sempre teve grandes guitarristas e violistas de fado.
Veja no final deste livro, mais de uma centena de nomes (dos que recordo!), sem qualquer preocupação de ordem cronológica, mas apenas por ordem alfabética:
Para melhor se conhecer a Guitarra Portuguesa, quero indicar aqui o grande estudioso de instrumentos musicais, José Lúcio Ribeiro de Almeida. Aconselho a visita ao seu site na Internet em: www.jose-lucio.com/fado e fique a saber de Fado.
Pág.19 (continua)
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